Nasceu o "A metro (ideias que saem...)"
Pois...ao metro é mais barato, diz o povo e com razão. Também é mais rápido, mais emotivo, menos reflectido, menos exigente e mais perto do coração que do cérebro.
Por vezes não apetece pensar muito, apenas expressar o que se sente, o que nos faz ranger os dentes, ligar à terra e descarregar a fúria, a raiva e a frustração com que de bom grado inundariamos aqueles inantigiveis que nos massacram a bendita paciência no dia-a-dia (patrão, políticos, chatos, corruptos, bur(r)ocratas, o mecânico, o colesterol, os kilos a mais e a vizinha de baixo, etc., etc..) ...
Assim é este Blog, com reflexões a metro, sentidas, emocionadas, sem citações bibliográficas ou frias análises...um registo de paixões e raivas...matéria prima para depois reflectir, em outro momento, com menos calor, menos raiva, menos angústia e menos paixão...e talvez mais razão.
Todos os contributos são bem vindos. A metro, a centímetro ou a KM, se a raiva e a frustração for muita!
posted by Rui Polónia @ 6/26/2005 11:42:00 da tarde
6 comments
6 Comments:
Pois acho muito bem ... na realidade os dias passam e a raiva aumenta ... contra muitos ... a começar por aqueles que criticam a classe docente de forma desmedida e desinformada ... Estou farta de ser mal-amada, desconsiderada, imcompreendida, depois de "dar o litro" pelo sucesso escolar dos alunos ... e para quê? ... só para que alguns o reconheçam e quase ninguém tenha uma palavra de agradecimento? Depois de horas passadas a preparar aulas, a corrigir fichas de avaliação e outros tipos de trabalhos, a recolher avidamente diferentes tipos de materais ...
muito engraçado rui, acho que um dia destes vou fazer um meu também.
Não compreendi muito bem a micas.
Será que ela poderia explicar?
Queria eu dizer que me sinto muito frustada e desanimada com a situação da classe docente. É com crescente pena que, ao longo dos anos, tenho sentido a desvalorização "galopante" desta profissão pela opinião pública agravada com os acontecimentos dos últimos dias e muitas vezes estimulada pela própria comunicação social (e porque não dizer do próprio Ministério. Ainda hoje ouvi dizer que os professores não trabalham e têm salários elevados! Importa dizer que se alguns não se empenharão tanto a maior parte trabalha bastante mais do que os tais 24 tempos lectivos de que tanto se fala ... e em casa! Passamos horas a preparar aulas (o que envolve uma permente pesquisa e actualização dos conteúdos assim como dos materiais e estratégias didácticas), a corrigir diversos trabalhos (o que implica não só identificar os erros como deixar as orientações necesárias para os corrigir) e, é claro, a corrigir as fichas de avaliação! É certo que este trabalho poderia ser realizado nas escolas, o que eu até preferia, mas em muitas delas não há condições para tal (as salas dos professores são, muitas vezes, pequenas para albegar o corpo docente e os recursos também escasseiam, nomeadamente o material informático).Além do mais, os professores "não dão apenas aulas", existem outros serviços que lhes são atribuídos tais como a realização do inventário escolar, a elaboração dos horários das turmas e dos docentes, a elaboração das turmas ... Note-se
Note-se ainda que o nível de cansaço (muitas vezes mais psicológico do que físico) é enorme - é complicado passar o dia com grupos de trinta alunos, muitos dos quais querem estar em qualquer sítio menos na sala de aula e tudo fazem para desfazer tudo aquilo que se propõe para fazer. É muito complicado ser-se insultado dentro da própria sala de aula (nem que seja por um discente num conjunto de trinta) e praticamente nada poder fazer! É complicado percorrer quilómetros e quilómetros diários, ainda mais quando se entra às oito horas e trinta e não se sabe a que horas é o regresso a casa ... é que existem as numerosas reuniões "pós-laborais"!
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